quinta-feira, 9 de março de 2017

Enem não terá mais provas aos sábados



A Consulta Pública lançada pelo Ministério das Educação sobre as mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que contemplou  alterações do dia de realização da prova, nesse ano, não foi uma vitória apenas para os guardadores do sábado, mas principalmente para a Liberdade Religiosa. O Ministério da Educação divulgou nesta quinta-feira, 9 de março, que, nesse ano, a prova será realizada nos dias 5 e 12 de novembro, ou seja, em dois domingos.

O anúncio foi feito pelo ministro Mendonça Filho. A prova será aplicada em dois domingos, a partir da escolha de 64% dos participantes da consulta. Mais de 600 mil pessoas participaram da consulta.

Nos últimos anos, diversas pessoas têm lutado para ter seus direitos garantidos diante de situações que envolvem sua liberdade de consciência e culto, de acordo com suas crenças. Nesse sentido, dar a oportunidade para que a sociedade se manifeste e seja ouvida mostra que o governo brasileiro está interessado em entender a realidade de milhares de pessoas que veem no sábado não apenas um dia sagrado, mas um mandamento divino caracterizado por um estilo de vida.

Os sabatistas, como são chamados aqueles que dedicam o dia de sábado para a prática de atividades religiosas e de auxílio ao próximo, têm se sentido prejudicados desde que o exame fora implantado justamente por precisar aguardar o início da realização da prova após o pôr do sol. Estima-se que mais de 70 mil estudantes se inscrevam anualmente no Enem com o pedido de realizar a avaliação em horário alternativo. No entanto, creem que, a partir de agora, todos os candidatos terão as mesmas oportunidades de alcançar os resultados sem prejuízo em relação ao desgaste físico e emocional ocasionado pelas horas de confinamento que antecediam o começo do exame.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil reconhece os esforços do Ministério da Educação de até aqui ter oferecido uma alternativa para que os guardadores do sábado pudessem ter sua fé respeitada enquanto buscavam a oportunidade de alcançar seus sonhos e de se preparar para servir ao país e ao próximo.

Parte de uma comunidade composta por cerca de 20 milhões de membros em mais de 200 países, apenas no Brasil 1,6 milhão de pessoas compartilham a mesma fé de que, ao terem seus direitos religiosos respeitados e preservados, está se investindo não apenas na educação, mas no desenvolvimento de toda uma sociedade.

“Os guardadores do sábado, especialmente os adventistas do sétimo dia, não buscam privilégios em relação aos demais candidatos. Pelo contrário, desejam ter as mesmas oportunidades diante de um programa tão importante que pode não apenas garantir, mas definir o futuro profissional de milhares de pessoas. O resultado da Consulta Pública torna essa realidade igualitária para todos. E aproveito para agradecer a todos os adventistas do sétimo dia que votaram e se mobilizaram para que isso pudesse ser realidade”, sublinha Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia no País. [Equipe ASN, Jefferson Paradello e Felipe Lemos]

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